Quem sou eu

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Sou um Jovem seguidor de Dom Bosco “Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta... Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo." Fernando Pessoa

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

“Os Sete Sapatos Sujos”



O escritor moçambicano Mia Couto, também licenciado em Biologia, fez uma oração de sapiência, na abertura do ano lectivo do Instituto Superior de Ciências e Tecnologia de Moçambique.
Excertos desta oração foram publicados no “Courrier Internacional” de 2 de Abril.
Destacamos… “Os Sete Sapatos Sujos”:

“Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos.
À porta da modernidade precisamos de nos descalçar.
Eu contei Sete Sapatos Sujos que necessitamos deixar na soleira da porta dos tempos novos.
Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher e sete é um número mágico:



“Os Sete Sapatos Sujos”
Primeiro Sapato: A ideia de que os culpados são sempre os outros.

Segundo Sapato: A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.

Terceiro Sapato: O preconceito de que quem critica é um inimigo.

Quarto Sapato: A ideia de que mudar as palavras muda a realidade.

Quinto Sapato: A vergonha de ser pobre e o culto das aparências.

Sexto Sapato: A passividade perante a injustiça.

Sétimo Sapato: A ideia de que, para sermos modernos, temos que imitar os outros.”

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pe. JOSÉ IVAN PIMENTA TEÓFILO



O Pe. Ivan nasceu no Ceará, mas foi em Pernambuco que criou raízes, junto aos jovens que orientou, durabte muitos anos, no colégio Salesiano. Era uma espécie de líder e "guru", para os jovens que, na década de 70, queriam mudar o mundo. Fundou, com jovens de vários colégios, o grupo S.O.S., cuja sigla significava: Sempre Ousavamos Salvação. Foi ainda dirigente espiritual do Encontro de Jovens do Colégio Salesiano e pároco de Caetés II. Sua visão do mundo, baseada nos Evangelhos o levaram a um exílio forçado, em 1973 e a uma morte prematura, quando em 1990, seu coração não aguentou e parou de bater

E O VERBO SE FEZ CARNE ...
Menino feito chão duro

Menino feito maré

Menino feito monturo

Menino feito ralé

Menino feito sargaço

Menino feito poeira

Menino feito bagaço da zona canavieira

Menino feito suor

Menino feito prisão

Menino feito horror

Menino feito explosão

Menino feito bóia-fria

Menino feito de cruz- menino de Zé e Maria

Menino feito Jesus

Menino feito franzino

Menino feito de novo

Menino feito destino

Menino feito de povo

Menino feito de estrada

Menino feito esperança

Menino feito alvorada

que dentro da noite avança .


"NÃO VAMOS SÓS"

JANEIRO - 1992



Caminhamos na direção da História

Sem querer ver o final da peça

Somos atores e não espectadores.

Não temos nenhuma pretenção de saber

QUANDO a peça acabará

Tempo é para essas coisas

Ficamos felizes porque,

mesmo sem saber quando finda a peça

já sabemos COMO ela vai acabar.

Quem deu o "bizu"?

A nossa fé no homem e

a nossa participação diária na história".

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Nenhuma mudança se realiza em profundidade, se não for sujeita à uma crítica severa. É necessário ver o problema de frente, para enfrentá-lo com coragem". Pe. JOSÉ IVAN TEÓFILO

Carta a um amigo de Deus ao (Pe. Ivan Teófilo)

PARTINDO...

Descobri que toda vida é feita de despedida

Que nasci pra caminhar, pra ir além, pra deixar e pra viver só do que vem

E quando o que vem chegar ainda ir e viver só de partir

Partir não me faz sofrer

É parar, é não ir, é desistir

Quem parte e não tem medo de se perder

Vai chegar e entender que só se perde quem não for

Quem vai por qualquer caminho jamais andará sozinho

Porque há sempre alguém partindo pra alguma parte

E quem parte reparte vida e caminho...


(Pe. Ivan Teófilo)



Caro Ivan Teófilo*,

Boas novidades desta nossa arquidiocese.

Podemos, agora, respirar aliviados, não mais o medo imposto, não mais as ameaças.

Agora é tempo de lavrar a terra, plantar, novamente, as sementes que outrora floresceram. Não mais entre os espinhos, não mais entre as pedras, agora em solo fértil, com um clima que permitirá uma ótima colheita.

Infelizmente, Padre, não poderemos contar com a sua presença nessa lida, mas gostaríamos de solicitar suas orações, para que seja farta a nossa messe.


*Ivan Teófilo foi Padre Salesiano, bastante perseguido, primeiro pela ditadura, depois pela diocese (na pessoa do Bispo). Ivan morreu em fevereiro de 1990, vítima de enfarte, quando era padre na presença salesiana de Abreu e lima -PE no barrio de Caetés.
Postado por Giovanni Gouveia no Blogger:http://protopias.blogspot.com/2009/07/carta-um-amigo-de-deus.html

BEM-AVENTURANÇAS DO EDUCADOR (Pe.José Ivan Pimenta Teófilo)

Autor:Daniel Alves Lima*

Muitos são os escritores, poetas, amigos do saber que declaram algum conhecimento a respeito da palavra Educador. Na sua etimologia do latim, educação vem de educatione é simplesmente o ato ou efeito de educar-se, ou seja de alterar hábitos e atitudes, a partir dos conhecimentos e aptidões adquiridos. Também pode expressar um conjunto de processos e métodos que orientam o desenvolvimento natural, progressivo e sistemático de todas as forças do educando, desenvolvimento esse subordinado a um ideal de perfeição. Temos então, Educar [do latim. educare] – Promover a educação; transmitir conhecimentos; ensejar condições para o educando modificar para melhor seu comportamento. Aqui entra, então, todo o trabalho de alguém que dedica tempo, para o tempo dos outros. Queremos nos referir ao responsável pela transmissão do conhecimento, seja este de forma tradicional ou moderna, é o nosso querido Educador/Professor.
Na cidade de Recife, Pernambuco viveu um grande educador chamado José Ivan Teófilo, este por sua vez, dedicou-se ao trabalho de educação e evangelização da juventude pobre. Ivan Teófilo, como ficou conhecido, foi padre salesiano, ou seja, era um religioso consagrado na missão salesiana do nordeste, congregação religiosa fundada por São João Bosco, em Turim, Itália. Padre Ivan era um poeta de Deus, um educador popular, um amigo dos pobres, e sempre se preocupou em registrar seus pensamentos para assim serem conhecidos. Padre Ivan, faleceu no dia 24 de fevereiro de 1990, numa terça-feira de carnaval, de enfarto. Queremos, apresentar algumas palavras do seu famoso texto sobre a Bem- aventurança de um educador, e nada melhor do que as próprias palavra do Padre José Ivan:

BEM-AVENTURANÇAS DO EDUCADOR

Felizes os educadores que tomam consciência do conflito social em que estão metidos e nele tomam partido pelo projeto social dos empobrecidos porque assim contribuirão para a transformação da sociedade.

Infelizes os educadores que imaginam que a ação educativa é politicamente neutra porque acabam transformando a educação num instrumento de ocultação.

das contradições da realidade social e de reprodução da ideologia e das relações sociais vigentes.

Felizes os educadores que sabem articular o saber chamado científico com o saber popular porque ajudarão as classes populares a afirmar sua identidade cultural.

Infelizes os educadores que transmitem mecanicamente um saber elitista porque contribuem para reforçar a marginalização e a dominação cultural do povo.

A. Felizes os educadores que aprendem a dialogar com os educandos porque resgatam a comunicação pedagógica criadora no processo educativo.

Infelizes os educadores que impedem os educandos de dizerem sua palavra, porque estão reproduzindo a educação do colonizador.

Felizes os educadores que se tornam competentes em suas "disciplinas" ensinando a "desopacizar" ideologicamente seus conteúdos porque ajudarão os educandos a se apropriarem do saber como ferramenta de luta na defesa e afirmação de sua dignidade.

Infelizes os educadores que não se esforçam para ser criticamente competentes porque enfraquecerão mais ainda o poder cultural das classes oprimidas reforçando o autoritarismo cultural das classes dominantes.

Felizes os educadores que procuram se organizar para conquistar melhores salários e melhores condições de ensino porque estão ajudando a conquistar a educação a que o povo tem direito.

Infelizes os educadores que atuam isoladamente, buscando apenas seus próprios interesses porque deixarão de contribuir para a conquista de uma escola digna.

Felizes os educadores que iluminam sua prática com o sonho de um futuro novo em que as pessoas aprendam, através de novas relações sociais, as lições da justiça e da solidariedade.

Infelizes os educadores que não sonham porque não terão a coragem de se comprometer na luta criadora de uma nova sociedade a partir de sua prática educativa.

Felizes os educadores que aprendem a fazer da ação de cada dia a semente da nova sociedade.

Infelizes os educadores que pensam que as coisas novas só aparecerão no futuro porque não perceberão, nem farão perceber que o "novo" já está no meio de nós, brotando de nossas práticas transformadoras, solidárias com as lutas dos espoliados da terra.

José Ivan Pimenta Teófilo


*Daniel Alves Lima
Estudante regular do Curso de Mestrado em Educação pela UFPE(2010) desenvolve sua linha de pesquisa em Politica Educacional, Planejamento e Gestão da Educação . Possui Licenciatura plena em Filosofia pelo Instituto Salesiano de Filosofia(2007) . Atualmente é professor de curso Profissionalizante, palestratente e socio de uma Escola de Formação profissional inicial e continuada de trabalhadores.

Nossa Senhora da Juventude ( Pe. Ivan Teófilo)



Nossa
Senhora
da Juventude
(Pe. Ivan Teófilo)

Virgem de Dom Bosco,
Nossa Senhora da Juventude
que foste Mestra do Grande Educador,
tu lhe ensinaste, em sonho e na realidade,
que só se educa bem
com razão, com religião e com amor.
Olhamos ao redor de nós...
Onde está a força da razão?
Onde a razão pra defender o fraco
contra a prepotência do agressor?
Onde a razão pra defender o direito
da criança, do jovem e do trabalhador? [...]
Virgem de Dom Bosco,
Nossa Senhora da Juventude,
como lição divina,
tu apontas para nós a religião pura,
aquela que teu Filho hoje nos ensina:
A religião que não pode conviver
com o medo a opressão e a hipocrisia
e que dá força ao jovem pra lutar
e criar uma vida nova de alegria.
A religião que não tem medo do conflito
porque descobre na Cruz a Redenção
e sabe que não existe ‘sexta-feira santa’
que não acabe na Ressurreição. [...]
Virgem de Dom Bosco,
Nossa Senhora da Juventude,
nós sabemos pouco sobre o amor,
porque vivemos num mundo desigual
onde a riqueza é concentrada em poucas mãos
e o poder faz o povo marginal.
Nós acreditamos
que uma vida nova começa aparecer
naqueles que, como Jesus Cristo,
pelo amor não tem medo de morrer.
O amor nasce lá onde o povo se une
e se organiza para defender a vida;
lá onde o pequeno se une ao pequeno
e faz, pouco a pouco, a justiça defendida.
O amor nasce lá onde o jovem tenta
reiventar sua própria educação
ajudando em casa, na escola, no trabalho
a caminhar para a libertação.
O amor nasce quando a gente vê
o pobre, o pequeno, o explorado
e sente que não dá mais pra ficar quieto
caminhando com a injustiça lado a lado.
Virgem de Dom Bosco,
Nossa Senhora da Juventude,
ensina a gente neste dia e sempre:
- a crescer na consciência e na razão
e inventar um jeito para ser irmão;
- a viver a fé num mundo de conflito
e descobrir a voz de Deus em cada grito;
- a construir no amor uma nova sociedade
onde se possa cantar e viver a liberdade.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

PENSAMENTOS E VIDA DE SÃO FRANCISCO DE SALES



SÃO FRANCISCO DE SALES (1567-1622)

São Francisco de Sales nasceu em 1567 na Sabóia. Formado em Direito e, com todos os requisitos para ser um ótimo advogado, Francisco contrariou os pais ao entrar para o sacerdócio; porém acertou na vocação, porque assim passou a advogar espiritualmente pelo povo de Deus. Depois de sua ordenação sacerdotal, foi, após algum tempo, ordenado bispo, cuja missão era lidar com os católicos convertidos ao Calvinismo.

Foi Bispo de Genebra na época da Reforma. Conta-se que Francisco de Sales tinha um caráter muito irascível, era muito bravo, mas ele lutou muitos anos contra esse defeito e se tornou um santo de extrema doçura e delicadeza, coisa que se percebe em todos os seus escritos. Seu lema era: "Tudo por amor, nada à força".

Este grande servo de Deus usou de folhetos e de todos os meios possíveis, para, naquela época, conscientizar o povo sobre a doutrina cristã, promovendo encontros, diálogos, palestras e, acima de tudo, por meio do testemunho de vida.

Era diretor espiritual de São Vicente de Paulo e de Santa Joana de Chantal; com ela fundou a Ordem da Visitação, as Visitandinas.

Escreveu duas obras clássicas da vida espiritual que ainda hoje são lidas: "Filotéia - Introdução a Vida Devota" e o "Tratado do Amor de Deus".
Morreu em Lyon, em 1622, com 55 anos.
São Francisco de Sales é Doutor da Igreja.

PENSAMENTOS DE SÃO FRANCISCO DE SALES

"Estabelecerei a minha morada na fornalha de amor, no Coração divino, transpassado por mim; junto a essa fornalha ardente, sentirei reavivar-se, no meu interior, a chama de Amor até agora tão fria, tão sem fervor."

"O Amor não consiste nas grandes sensações e sentimentos, mas na maior e mais firme resolução e desejo de contentar Deus em tudo".

"Ser um bom servidor do Senhor não significa estar sempre em consolação, ficando sempre sem incomodação alguma, sem aversão ou repugnância diante do bem... significa ser caridoso para com o próximo".

"O amor puro liga inseparavelmente os corações sem tocar os corpos. O amor perfeito para com o próximo, que corresponde a Deus, comunica-se de diversas maneiras, ajudando-o por palavras, por obras e pelo exemplo".

"Não espere as mudanças e eventualidades desta vida com medo; antes, encare-as com a firme esperança de que, ao surgirem, Deus, de quem você é filho, o livrará delas".

"Só confia nEle e Ele continuará conduzindo você seguramente através de tudo. Onde não puder caminhar, Ele o carregará nos braços."

"Não se preocupe com o que pode acontecer amanhã; o mesmo Pai eterno que cuida de você hoje, se encarrega de você amanhã e todos os dias. Ou Ele protegerá você do sofrimento, ou lhe dará a força infalível para suportá-lo".

"Pertençamos totalmente a Deus e só a Ele".

"Pense muitas vezes em Nosso Senhor, pois Ele ajudará a suportar os problemas. Todos eles serão incapazes de abalar você, só lembrando-se de que você tem um tal amigo."

"Frequentemente, submeta a sua vontade à de Deus"

"O pedido mais importante que devemos fazer a Deus é a união da nossa vontade com a dEle".

"Considerai vossos defeitos com mais dó que indignação, com mais humildade que severidade e conservai o coração cheio de um amor brando, sossegado e terno"

"As cruzes que se nos deparam em casa são mais excelentes do que as que encontramos pelas ruas, tanto mais quanto mais importunas"

"O Purgatório é um feliz estado, mais desejável que temível, porque as chamas que lá existem são as chamas de amor"

"É um erro querer medir a nossa devoção através das consolações que experimentamos. A verdadeira piedade no caminho de Deus consiste em ter uma vontade resoluta de fazer tudo que lhe agrada"

"Deus é tão digno do nosso amor quando nos consola, como quando nos faz sofrer"

"Os que procuram as mortificações voluntárias, caminham a pé sob o estandarte de Cristo. Aceitar, porém, as cruzes que Deus nos envia e pacientemente suportá-las, é andar a cavalo"

"Quanto mais nos sentimos miseráveis, tanto mais devemos confiar na misericórdia de Deus. Porque, entre a misericórdia e a miséria, há uma ligação tão grande que uma não pode se exercer sem a outra"

"Não concordo com uma pessoa que, ligada a uma obrigação ou por uma vocação, fique a desejar outro tipo de vida, fora daquele que é seu dever, os outros trabalhos que são incompatíveis com seu estado presente. Isso lhe dissipa o coração e a faz afrouxar nas suas obrigações"

"Se eu souber que em meu coração há uma só fibra que não fosse de Deus, queria logo arrancá-la"

"Nunca vos irriteis, nem mesmo abrais a porta à cólera por qualquer motivo. Se ela entrar em vós, já não poderemos expulsá-la nem dominá-la, quando quisermos".

"A grande fidelidade a Deus se demonstra nas pequeninas coisas".

"A alegria abre, a tristeza fecha o coração".

"A quem Deus não basta, nada basta".

"Nem a primeira graça, nem a última que é a perseverança, são méritos nossos. Ambos são gratuitas".

"Só por amor é que se deve receber Jesus Cristo na Eucaristia já que só por amor ele se dá a nós".

"Esta é a sabedoria dos santos: sofrer constantemente por Jesus Cristo, assim logo ficaremos santos"

"Como se engana a pessoa que faz consistir a santidade em outras coisas e não em amar a Deus"

"Sendo pelo ministério dos anjos que muitas vezes recebemos as inspirações de Deus, é também por meio deles que lhe devemos apresentar as nossas aspirações, não menos que por meio de santos e santas, que como Nosso Senhor disse, sendo agora semelhantes aos anjos na glória de Deus, lhe apresentam de contínuo as suas orações e desejos em nosso favor"

"O sinal que identifica os filhos de Jesus Cristo é a paz; a alegria dos filhos de Nossa Senhora é a paz".

"Decidi-me firmemente a não desejar um coração melhor do que este que Maria quiser me dar, pois ela é a amável Mãe dos corações, a Mãe do Santo Amor, Mãe do Coração dos corações".

"Ser-lhe-á de importância infinita fazer alguns amigos igualmente bem intencionados, nos quais você possa apoiar-se, fortalecendo-se mutuamente; é coisa muito certa que o trato com os que têm o espírito bem direito, nos serve muitíssimo para endireitar e conservar também o nosso".

"Que encontro feliz, quando dois espíritos não se querem senão para amar melhor a Deus!"

"Seja bom como uma criança, e como sabe, as crianças não pensam em tantas coisas; têm os que pensam por elas; somente serão suficientemente fortes, se ficam com o seu pai. Faça assim mesmo e estará em paz."

"Não se preocupe com o que pode acontecer amanhã; o mesmo Pai eterno que cuida de você hoje, se encarrega de você amanhã e todos os dias. Ou Ele protegerá você do sofrimento, ou lhe dará a força infalível para suportá-lo".

"Esteja em paz, pois, e afaste todos os pensamentos de angústia".

"Anime-se e transforme os problemas em matéria para seu progresso e maturidade".

"Pense muitas vezes em Nosso Senhor, pois Ele ajudará a suportar os problemas. Todos eles serão incapazes de abalar você, só lembrando-se de que você tem um tal amigo."

"Faça tudo com calma e em paz. Realize quanto puder, tão bem quanto for capaz."

"Eis a regra geral da nossa obediência, escrita em letras maiúsculas: Precisa-se fazer tudo por amor e nada à força; tem que se amar mais a obediência que temer a desobediência."

"Procure ver Deus em todas as coisas sem exceção, e disponha-se a fazer a vontade dEle com alegria. Faça tudo para Deus, unindo-se com Ele por palavras e obras."

"É o amor que dá o valor a todas as nossas obras".

"Palavras santas são pérolas que o abismo de misericórdia nos fornece".

"Avance muito simplesmente com a Cruz de Nosso Senhor e tenha paz consigo mesmo. Passará por cada tempestade com seguridade, enquanto a sua confiança se fixar em Deus."

"Não perca a sua paz interior por nada, nem se todo o seu mundo parece vir abaixo. Se se dá conta que se afastou da proteção de Deus, conduza o seu coração de volta para Ele tranqüila e simplesmente."

"O jejum e o trabalho sacrificam e sujeitam a carne. Eu prefiro que você sofra o peso do trabalho ao do jejum."

"Considero uma virtude maior comer sem escolher o que se lhe vier e na ordem em que é apresentado, seja do seu gosto ou não, do que escolher sempre o pior"

"Faça todas as coisas em nome de Deus e fará tudo bem. Se comer ou beber, trabalhar ou descansar, ganhará muito aos olhos de Deus, ao fazer todas essas coisas como Deus quer que se faça".

"Aconteça o que acontecer, não desanime; segure-se firmemente em Deus, mantenha-se em paz, com confiança no seu amor eterno por você".

"Quando cair, erga o seu coração suavemente, humilhando-se profundamente diante de Deus, reconhecendo a sua miséria... e, com muita coragem e confiança na divina misericórdia, retome a persecução da virtude que tinha abandonado."

"Não se faz nada no mundo que não seja contradito pelos espíritos medíocres e impertinentes; e em todas as coisas, por melhores que sejam, se encontram inconveniências, quando se quer criticar".

"Ah! Ele me amou! Repito: Ele me amou a mim. Sim, a mim mesmo, assim como sou. Ele entregou-se à Paixão por mim."

"Quando foi que Nosso Senhor prestou o maior serviço a seu Pai? Sem dúvida, ao estar deitado sobre a árvore da cruz, tendo as mãos e os pés perfurados; essa foi a maior obra de serviço. E como serviu ao Pai? Sofrendo e oferecendo... "

“Todos os pensamentos que nos trazem inquietações não são de Deus”.

“A verdadeira devoção nada destrói; ao contrário, tudo aperfeiçoa”.

Fonte:http://coracaomistico.blogspot.com/2009/09/sao-francisco-de-sales-1567-1622.html

terça-feira, 15 de junho de 2010

ESTREIA SALESIANA 2011 - APRESENTAÇÃO- VINDE E VEDE


VINDE E VEDE


« Eis o Cordeiro de Deus! … Que procurais? … Rabi, onde moras? …
Vinde e vede » (Jo 1,36-39)


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Apresentação da Estreia 2011

Um dado histórico, confirmado pelos quatro evangelistas, é que, desde o início da sua atividade evangelizadora (cf. Mc 1,14-15), Jesus chamou alguns para segui-lo (cf. Mc 1,16-20). Os seus primeiros discípulos tornaram-se assim "companheiros durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, a começar pelo batismo de João até o dia em que foi elevado do meio de nós" (At 1,21-22).

Evangelização e vocação são, pois, dois elementos inseparáveis. Antes, o critério da autenticidade de uma boa evangelização é a sua capacidade de suscitar vocações, amadurecer projetos de vida evangélica, envolver inteiramente a pessoa dos que são evangelizados, até fazer deles discípulos e apóstolos.

Após a Estreia de 2010, "Senhor, queremos ver Jesus", sobre a urgência de evangelizar, faço um acalorado apelo à Família Salesiana para sentir a urgência, a necessidade de convocar.

Caros irmãos e irmãs, membros todos da Família Salesiana, convido-vos, por isso, a serem verdadeiros guias espirituais para os jovens, como João Batista que indica Jesus aos seus discípulos dizendo-lhes: "Eis o Cordeiro de Deus!" (Jo 1,36), de modo que eles possam segui-lo, até que Jesus, ao perceber que o seguem, dirige-se diretamente a eles com a pergunta: "Que procurais?", e eles, tomados pelo desejo de conhecer em profundidade quem é esse Jesus, perguntam-lhe: "Rabi, onde moras?" (Jo 1,38), e Ele os convida a fazerem uma experiência de convivência com ele: "Vinde e vede". E eles terão experimentado algo de imensamente belo a partir do momento em que "foram, viram onde morava e permaneceram com ele" (Jo 1,39).



Eis o caminho pedagógico a percorrer

1. Retornar a Dom Bosco

•Fazer nossa a sua experiência em Valdocco, que cria um ambiente de familiaridade, de forte valor espiritual, de empenho apostólico e acompanhamento espiritual, sustentado por um intenso amor à Igreja e ao mundo.
•Manifestar a beleza, a atualidade e a variedade da nossa vocação salesiana: a vida inteiramente entregue a Deus a serviço dos jovens vale a pena de ser vivida.
•Viver a própria vida e ajudar a entender a vida dos outros como vocação e missão. Tudo como um grande dom vivido na centralidade de Deus, na fraternidade entre os consagrados e na dedicação aos mais pobres e necessitados.
2. Para ser Dom Bosco para os jovens de hoje

•Viver conscientes e tornar clara a centralidade dos consagrados na realização da missão salesiana. Esta foi a convicção e a experiência de Dom Bosco.
•Criar, como em Valdocco, uma cultura vocacional, caracterizada pela busca do sentido da vida, no horizonte da transcendência, sustentada e encorajada por valores profundos, com caráter projetual, para uma cultura da fraternidade e da solidariedade.
•Garantir o acompanhamento mediante a qualidade da vida pessoal, a educação ao amor e à castidade, a responsabilidade para com a história, a iniciação à oração, o empenho apostólico.
•Fazer do Movimento Juvenil Salesiano lugar privilegiado para um caminho de discernimento vocacional; nele, os jovens experimentam e manifestam como que uma corrente de comunhão ao redor da pessoa de Dom Bosco e dos valores da sua pedagogia e da Espiritualidade Juvenil Salesiana, desenvolvem o voluntariado e amadurecem projetos de vida.


Roma, 31 de maio de 2010.

P. Pascual Chávez Villanueva
Reitor-Mor

terça-feira, 1 de junho de 2010

São pequenas Frases e Ensinamentos de Santa Teresinha.





» Tudo é graça.

» Amo tanto a Deus que desejo poder dar-lhe prazer
sem que Ele saiba que sou eu.

» Não espero na terra qualquer retribuição: faço tudo por Deus.

» Quando estiver no Céu, chamar-vos-ei depressa…

» Não é a morte que virá buscar-me, é Deus.

» Do Evangelho fiz o meu tesouro mais precioso.

» A vontade de Deus é que eu lute até à morte.

» Deus absorver-me-á como uma gotinha de orvalho.

» Lutemos sempre, mesmo sem esperança de ganhar a batalha.

» Oh! Bem-aventurado silêncio que tanta paz traz à alma!

» Ser carmelita; ser pela minha união convosco mãe das almas:
essa é a minha vocação.

» Eu sempre quis ser santa.

» Deus apenas te pede que te deixes amar.

» Deus não tem necessidade das nossas obras, mas do nosso amor.

» Viver de amor é dissipar o medo e a recordação das faltas passadas.

» A oração é um impulso do coração.

» Oh! Que grande é o poder da oração!

» Dir-se-ia que na oração és como uma rainha que tem livre acesso ao Rei
e que dele podes alcançar tudo o que pedires!

» Deus é tão rico que me dá abundantemente o que lhe peço.

» A minha vocação é o amor!

» Como é doce chamar a Deus nosso Pai!

» A vida é um tesouro!

» Eu escolhi ensinar a amar o Amor.

» quero ensinar a amar o Amor; quero infundir esperança.

» Eu não posso ter medo de um Deus, que por mim se fez pequenino.

» Vim para salvar almas. E rezar pelos sacerdotes.

» Nunca me apoio nos meus próprios pensamentos.

» Deus quer que me abandone como uma criança.

» A caridade não deve ficar fechada no fundo do coração.

» Viver de amor é dar sem medida, sem reclamar salário aqui na terra.

» Deus não pode inspirar desejos irrealizáveis.

» Quero encontrar maneira de ir par ao Céu
por um caminhinho muito direito, muito curto.

» Eu faço como as crianças que não sabem ler:
digo a Deus o que Lhe quero dizer, sem compor belas frases.

» Muitas vezes, sem o sabermos,
as graças que recebemos são devidas a uma alma escondida.

» No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor!

» Uma alma abrasada em amor não pode permanecer inactiva.

» Um coração que ama trabalha com amor.

» Compreendi que o Amor encerra todas as vocações.

» O Amor é tudo.

» O Amor é eterno.

» A caridade perfeita consiste em suportar os defeitos dos outros.

» Deus nunca me abandonou.

» Deus não me abandonará.

» Estou unida Àquele a quem amei com todas as forças.

» Meu Deus, amo-vos!

» Não me arrependo de me haver entregue ao Amor.

» Haverá alma mais pequena e mais impotente que a minha?

» O mérito não consiste em dar muito, mas em amar muito.

» Como é fácil agradar a Jesus, basta amá-L’o!

» Não é para o primeiro lugar, mas para o último que eu corro.

» Sou filha de Maria.

» A Virgem Santíssima é mais Mãe que Rainha.

» A Santíssima Virgem teve menos que nós,
porque não teve uma Santíssima Virgem para amar!

» Ó Mãe bem-amada, apesar da minha pequenez,
como tu possuo em mim o Omnipotente.

» A Santíssima Virgem nunca estará escondida para mim,
porque a amo muito.

» Ó Divina Eucaristia! Ó Mistério Sagrado! Que o Amor produziu…

» Já não receio os pavores da noite.

» Na noite desta vida aparecerei diante de Vós com as mãos vazias.

» Não recusemos nada a Jesus. Um dia Ele nos dirá: «Agora é a minha vez»!

» É tão doce ajudar Jesus, pelos nossos sacrifícios, salvar almas.

» O meu caminho é todo confiança e amor.

» Não compreendo as almas que têm medo de um Amigo tão terno.

» Não tenho outro modo de Vos provar o meu amor
senão o de Vos atirar flores.

» Desejaria ter sido missionária desde a criação do mundo
até ao fim dos séculos.

» Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo.

» Nada fica nas minhas mãos. Tudo o que tenho,
tudo o que ganho é para a Igreja e para as almas.

» Nunca direi a Deus senão amor, por isso Ele devolve-me Amor.

» Nós, que corremos pelo caminho do Amor,
não devemos pensar no que nos pode acontecer de doloroso no futuro.

» Não me considero uma grande santa! Considero-me uma santa pequenina.
Penso que deus quis pôr em mim coisas que fazem bem a mim e aos outros.

» Se os Anjos varressem o Céu, a poeira seria feita de diamantes.

» Deus terá de satisfazer todos os meus desejos no Céu.

» A minha missão vai começar, a missão de fazer amar a Deus
como eu O amo, de dar às almas o meu pequeno caminho.

» Quero passar o meu Céu a fazer bem á terra.

» Não posso descansar enquanto houver almas para salvar.

» Deus não me daria este desejo de fazer o bem sobre a terra
depois da minha morte, se não quisesse realizá-lo.

» Só no Céu veremos a verdade de todas as coisas.

» Sou uma alma pequenina que Deus cumulou de graças.

» Como gostaria de ter sido sacerdote para pregar sobre a Santíssima Virgem.

» Os pregadores apresentam-na inacessível; deviam mostrá-la imitável.

» Que seria de mim se Deus não me desse força?

» O que mais me agrada é o que Deus quer e escolhe para mim.

» Não me arrepende de me ter entregue ao Amor.

» Não é a morte que virá buscar-me, é Deus.

» A Santíssima Virgem cuida bem dos meus recados;
hei-de confiar-lhe outros numa próxima vez.

» Se soubesse como Deus é bom para comigo!
Mas se Ele fosse um bocadinho menos bom,
continuava a achá-l’O ainda bom…

fonte: http://reporterdecristo.com/sao-pequenas-frases-ou-ensinamentos-de-santa-teresinha/

segunda-feira, 31 de maio de 2010

St° Agostinho:”O Pecado Vem do Livre-Arbítrio”


Pecar é sempre ato voluntário

Se a defecção que chamamos pecado assalta como febre – contra a vontade de alguém – com razão, pareceria injusta a pena que acompanha o pecador, pena que recebe o nome de condenação. De fato,o pecado é mal voluntário. De nenhum modo haveria pecado se não fosse voluntário. Esta afirmação goza de tal evidência que sobre ela estão de acordo os poucos sábios e os numerosos ignorantes que existem no mundo. Pelo que, ou se há de negar a existência do pecado ou confessar que ele é cometido voluntariamente.

Ora, quando se observa bem, ninguém nega a existência do pecado, ao admitir sua correção pela penitência e ainda o perdão concedido ao arrependido.A perseverança no pecado é considerada justamente condenável pela lei de DEUS.

Enfim, se o mal não fosse obra da vontade, absolutamente ninguém deveria ser repreendido ou admoestado(exortado). E com toda essa supressão, a lei cristã e toda a disciplina religiosa receberia golpe mortal.

Logo, à vontade deve ser atribuido o fato de se cometer o pecado. E como não há dúvida sobre a existência do pecado, tampouco se haverá de duvidar do que se segue: – que a alma é dotada do livre-arbítrio de sua vontade.

Julgou DEUS que assim seriam melhores os seus servidores – se livremente o servissem. Coisa impossível de se conseguir mediante serviço forçado e não livre.

Os Benefícios da Liberdade

Os Anjos servem a DEUS livremente, o que é proveito deles e não de DEUS. A DEUS não é necessário nenhum bem alheio, por ser soberano por si mesmo. E aquele que é gerado (o Filho de DEUS) tem nele sua própria substância, porque não é criado, mas fruto de geração.

Por outro lado, as coisas criadas necessitam do bem divino, isto é, do soberano Bem(DEUS) ou Suma Essência(DEUS). Elas diminuem no ser quando, devido ao pecado, movem-se menos na direção de DEUS. Contudo, as criaturas não são apartadas totalmente, pois nesse caso seriam reduzidas a nada. O que dispõe a alma são os afetos e o corpo as posições que ocupa,porque a alma move-se conforme a vontade e o corpo conforme o espaço.

E ao que se refere à tentação do primeiro homem por um anjo mau, não faltou aí o livre consentimento da vontade. Se ele houvesse pecado por constrangimento, não teria sido réu de delito.

Relativamente ao corpo humano, era ele excelente em seu gênero, antes do pecado. Depois porém, tornou-se débil e destinado à morte. Isto mostra quão justo tenha sido o castigo da culpa, nele tendo se manifestado mais a clemência do SENHOR que a sua severidade. Desse modo, ficamos estimulados sobre o quanto nos convém erguer nosso amor dos prazeres terrenos para a eterna essência da verdade.

Além disso, vemos se conbinarem bem a beleza da justiça e a graça da benignidade. Por nos termos deixado enganar pela doçura dos bens inferiores,deveríamos ser corrigidos pela amargura do castigo. Mas de tal maneira a divina Providência moderou o rigor de seus castigos que, mesmo sob o peso deste corpo corruptível, podemos caminhar em direção a justiça. Renunciando a todo orgulho,chegamos a submeter-nos ao único verdadeiro DEUS, sem mais confiar em nós mesmos. Basta pormo-nos em suas mãos, para que nos governe e defenda.

Assim, o homem de boa vontade, guiado pelo próprio DEUS,converte as tribulações da vida presente em instrumento de fortaleza. No meio da abundância dos prazeres e bens materiais, ele mostra e robustece sua temperança. Nas tentações, afina sua prudência. Tudo isso para não se deixar arrebatar por elas, mas se fazer vigilante e ainda mais ardente no amor pela verdade, a qual é única a não falhar.

Benefícios da Encarnação do Verbo

DEUS, por todos os meios, cuida da salvação das almas, dispondo com admirável sabedoria, das circunstâncias dos tempos. Deste tema não se deve falar senão entre pessoas de piedade perfeita.

Nenhum outro plano ajustou-se melhor em proveito do gênero humano do que este realizado pela mesma sabedoria de DEUS: – o Filho unigênito, consubstancial ao Pai e co-eterno dignou-se assumir integralmente o homem.

“E o verbo se fez carne e habitou entre nós.”(Jo 1:14)

Demonstrou assim aos homens carnais e incapazes de captar espiritualmente a verdade, e escravos dos sentidos corporais, quão elevado lugar ocupa, na criação, a natureza humana. Com efeito, o Verbo não só apareceu visivelmente – pois isso poderia ter feito tomando algum corpo etéreo, ajustado e proporcionado à nossa vista. Apareceu entre os homens, como verdadeiro homem. Convinha que assumisse a mesma natureza a ser remida. E para que nenhum sexo julgasse ser preterido pelo Criador, humanizou-se em forma de varão, nascendo de uma mulher.

Cristo: Deus e Homem

Em nada, Cristo agiu com violência,mas em tudo, com persuasão e conselho. Passada a antiga escravidão, brilhou o tempo da liberdade, oportuna e salutarmente(utíl para conservar). O homem foi persuadido – como fora criado – no respeito a seu livre-arbítrio.

Cristo, por seus milagres, conquistou a fé dos homens no DEUS que é; e pela paixão, a fé na humanidade que assumia.

Assim, falando à multidão como DEUS, afastou sua Mãe, cuja chegada anuciavam (Mt 12:48). Não obstante, como ensinava o evangelho, sendo menino, viveu submisso a seus pais (Lc 2:51).

Por sua doutrina, mostrou-se DEUS; pelo crescimento na idade, mostrou-se homem.

Igualmente, antes de transformar a água em vinho, como DEUS disse: “Que temos nós com isso,mulher? Minha hora ainda não chegou.”(Jo 2:4). Mas quando chegou a hora de morrer como homem, do alto da cruz, vendo sua Mãe, confiou-a ao discípulo entre todos predileto (Jo 19:26-27).

Os povos apeteciam as riquezas com afã pernicioso,quais satélites dos prazeres. Ele, porém, quis ser pobre.

Os povos ávidos de honras e poder. Ele não permitiu que o fizessem rei.

Julgavam o maior bem ter filhos carnais. Ele não buscou matrimônio nem prole.

Fugiam aos insultos com grande soberba. Ele suportou as injúrias de todo gênero.

Tinham como intoleráveis as injustiças. E, contudo, que injustiça maior do que ser condenado, sendo Justo e inocente?

Execravam os homens as dores corporais. Ele foi flagelado e torturado. Temiam morrer. Ele foi condenado à morte. Consideravam a cruz como a mais ignominiosa(desonrosa) das mortes. Ele foi crucificado.

Com seu despreendimento, abateu o valor das coisas, cuja cobiça era causa de nossa má vida.

Com sua paciência, desviou tudo o que temíamos e evitávamos, no esforço em prol da verdade.

Nenhum pecado pode ser cometido sem apetecer as coisas que Ele aborreceu, ou sem evitar as que Ele sofreu.

Cristo: Mestre de Vida e Causa Exemplar

Toda a vida terrena de Cristo como homem, cuja natureza dignou-se assumir, foi ensino moral.

Por sua ressureição dentre os mortos, mostrou claramente que a natureza humana não se perdeu de modo absoluto. Deus tudo salva. Todas as coisas servem ao Criador, seja para castigo dos pecados, seja para a libertação do homem. Crsito mostrou também que tanto mais facilmente serve o corpo à alma, quanto mais esta submete-se a DEUS. Quando tal se realiza não só nehuma substância é má – o que seria impossível – mas nem sequer pode ela se atacada pelo mal. Este só pode vir do pecado e de suas consequências.

Essa é a doutrina cristã da natureza. Doutrina digna de total fé para os cristãos, sejam ele pouco instruídos ou doutos(sábios). Doutrina limpa de qualquer erro.

Fonte: Agostinho, Santo. De Vera Religione, A verdadeira Religião. Cap. 14 ao 16. Ed. Paulus.
site http://reporterdecristo.com/st%c2%b0-agostinhoo-pecado-vem-do-livre-arbitrio/

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Homilia de Dom Fernando Guimarães, Bispo da Diocese de Garanhusn na festas de Santa Teresinha do Menino Jesus em Lisieux na França




O nosso Bispo Diocesano neste dia 25 de setembro viaja a Lisieux, na França, onde presidirá no próximo final de semana as festas de Santa Teresinha do Menino Jesus, a convite do Bispo de Bayeux-Lisieux, Dom Pierre Pican, e do Reitor do Santuário, Mons. Bernard Lagoutte. Durante os seus anos de serviço no Vaticano, Dom Fernando costumava passar parte de suas férias anuais trabalhando como voluntário no santuário de Santa Teresinha, para o atendimento de confissões e acolhida dos peregrinos, estabelecendo assim uma profunda relação de amizade com as Carmelitas descalças do convento onde viveu a Santa e também com a equipe de Capelães que assistem pastoralmente aquele Santuário.


O programa das festas prevê, no sábado dia 26 de setembro, às 20h30, a procissão com a Urna que contem os restos mortais da Santa de Lisieux, do Carmelo ao Santuário, onde ela permanecerá por toda a noite, em vigília de oração. No domingo, dia 27 de setembro, às 10h30, Solene Pontificial da festa de Santa Teresa do Menino Jesus, presidido por Dom Fernando Guimarães, e concelebrado pelo Bispo de Bayeux-Lisieux e demais Prelados presentes. Durante a Santa Missa, Dom Fernando pronunciará a homilia da qual, em seguida, damos a tradução. Após a Santa Missa, um almoço festivo reunirá as autoridades civis e eclesiásticas presentes. Às 15h30 da tarde, uma solene procissão pelas ruas da cidade trará a Urna das relíquias da Santa do Santuário à Catedral de São Pedro, onde serão cantadas as Vésperas solenes. A Urna permanecerá na Catedral, e vigília de oração. À noite, é transportada de maneira privada para o seu lugar definitivo, no Carmelo de Lisieux.


HOMILIA DE DOM FERNANDO GUIMARÃES NO PONTIFICAL SOLENE do dia 27 de setembro de 2009 (tradução do francês)


É com sentimentos de viva gratidão para com meu Irmão Dom Pierre Pican, Bispo de Bayeux-Lisieux, e para com Monsenhor Bernard Lagoutte, Reitor da Peregrinação de Lisieux, que acolhi o convite que eles me fizeram para presidir esta solenidade de Teresa. Durante mais de 20 anos, fui um fiel peregrino de Lisieux como Padre, durante meu serviço eclesial ao Santo Padre em Roma. Pela primeira vez, retorno a este santo lugar como Bispo, Sucessor dos Apóstolos. Trago comigo o amor e a veneração dos brasileiros por Teresinha e, de modo muito especial, trago comigo o afeto e a devoção – calorosa e intensa – dos padres brasileiros por Teresinha, sua irmã.


Teresa, o ano sacerdotal e a identidade dos padres


Estamos no decurso do Ano Sacerdotal, promulgado pelo Santo Padre Bento XVI para aprofundar, em todos os setores da Igreja, a consciência da identidade particular dos padres e para chamá-los todos à fidelidade em seu ministério: Fidelidade de Cristo, Fidelidade do Padre! Tenho a certeza de que Teresinha, do céu, está feliz com esta iniciativa, ela que consagrou à santificação do clero a sua vida de carmelita, até os extremos esforços dos últimos momentos de sua vida: “Caminho por um missionário!”.


Sim, ela está bem presente na vida e no ministério de numerosos sacerdotes que a consideram como uma irmã, que reconhecem sua intercessão eficaz na obra de sua santificação e no exercício daquela caridade pastoral que é a alma de todo ministério sacerdotal. Teresinha é, sem sombra de dúvida, uma daquelas figuras eclesiais que, juntamente com uma grande multidão de padres santos, devem iluminar o caminho da Igreja durante este ano: seus escritos, suas palavras, mas, sobretudo, o exemplo de sua vida são um convite forte, dirigido aos sacerdotes, a redescobrir sua identidade própria e o laço especial que os une a Cristo, Bom Pastor e Cabeça da Igreja; a Cristo, Sacerdote e Vítima.


Teresa e a santificação do clero


Tornando-se Carmelita, Teresinha viva sua vocação pondo-se a serviço da santificação dos padres: “Ó minha Madre! Como é bela a vocação que tem por finalidade conservar o sal destinado às almas! Esta vocação é o Carmelo, porque o único fim de nossas orações e sacrifícios é o de ser apóstola dos apóstolos, rezando por eles para que evangelizem as almas por suas palavras e sobretudo por seus exemplos” (Ms A, 55r). Vocação sublime, que, no entanto, deve ser vivida por homens concretos, frágeis e necessitados – também eles – da graça da qual eles são ministros para os demais. E Teresinha, na mesma veia missionária com a qual ouviu a voz de Cristo que pedia de beber e com a qual ela se dispunha a recolher espiritualmente o sangue redentor que jorrava da cruz, descobre a importância e a necessidade da oração pela santificação do clero. Ela se consagrará a conquistar almas sacerdotais para o Senhor. Com esta consciência, ela entra no Carmelo de Lisieux: “O que eu vinha fazer no Carmelo, declarei aos pés de Jesus-Hóstia, no exame que precedeu minha profissão religiosa: ‘Vim ao Carmelo para salvar as almas e, sobretudo, para rezar pelos padres’” (Ms A, 69v).


Trata-se, para Teresinha, de uma ação destinada a formar na santidade a alma dos padres, para que eles possam refletir na vida real aquilo que eles são sacramentalmente, mesmo se esta ação educadora, para a carmelita, se realiza através do amor, da oração e da vida de doação na clausura de seu mosteiro. Como declarará sua irmã Celina, no processo de beatificação: “ela chamava este tipo de apostolado fazer comércio por atacado, porque pela cabeça ela atingia todos os membros” (Processo Informativo Ordinário, vol. I, Roma 1973, p. 270).


Um segundo momento importante, nos últimos anos de sua vida, é a relação que Teresa estabelece com dois padres, por ela recebidos como irmãos espirituais: o padre Bellière, em 1895, e o padre Rouland, em 1896. Será uma relação profunda, feita de oração mas também de uma participação efetiva no ministério sacerdotal de ambos: “(O bom Deus) uniu-me pelos laços da alma a dois de seus missionários, que se tornaram meus irmãos...” (Ms C, 31v). A iminência da morte leva Teresinha à descoberta de sua missão póstuma (“Retornarei”... DE 9.7; “quero passar meu céu fazendo o bem sobre a terra”... DE 17.7). À luz desta missão póstuma, sua relação com os padres assume uma nova intensidade e uma modalidade própria: leva em consideração sua presença espiritual mas real junto a eles, partilhando seus esforços, ajudando sua santificação. Ao padre Bellière, Teresinha escreve: “prometo permanecer tua irmã lá no céu. Nossa união, longe de ser interrompida, tornar-se-á mais íntima, quando não houver mais clausura, nem grades, e minha alma poderá voar contigo até às missões mais distantes. Nossos papéis permanecerão os mesmos, a ti as armas apostólicas, a mim a oração e o amor” (LT 220). Sim, Teresinha tem consciência de sua missão junto a todos os sacerdotes! Como realiza-se, com efeito, o que ela prometeu a seu irmão espiritual o padre Bellière: “Quando meu querido irmão tiver partido para a África, eu o seguirei não mais pelo pensamento, pela oração. Minha alma estará sempre com ele e sua fé saberá descobrir a presença de uma pequena irmã que Jesus lhe deu para ser seu apoio não durante dois anos, mas até o último dia de sua vida” (LT 253).


O ano sacerdotal e a família


Um último pensamento, que julgo pertinente neste Ano Sacerdotal. Refiro-me à importância da família cristã na descoberta, no desenvolvimento e na perseverança das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. A recente beatificação de Luis e Zélia Martin, os pais de Teresinha, recorda-nos esta grande verdade: eles não são santos porque são os pais de Teresinha. Devemos dizer, ao contrário, que é porque ela teve pais santos que Teresa pôde tornar-se uma grande santa! Em sua família e com os seus pais, Teresinha aprendeu a amar os padres, a reconhecer sua identidade sacramental de configuração ontológica a Cristo Bom Pastor.


Que os Beatos Luis e Zélia ajudem nossas famílias a serem lares de amor, pequenas igrejas doméstivas, construídas sobre a fé e fiéis aos compromissos do batismo.


Conclusão


No seu realismo espiritual, Teresinha compreendeu muito bem o que ela chamava as “sublimes funções” do padre (cf. Ms A 567), seu “sublime apostolado” (RP 8,5), sua “sublime missão” (PN 40). Os padres são chamados por Jesus a se tornarem os apóstolos que evangelizam o mundo inteiro “por suas palavras e sobretudo por seu exemplo” (Ms A 56r). Eles trazem Jesus em suas mãos e o dão aos demais. Como não citar aqui sua palavra de fogo: “Sinto em mim a vocação de Padre, com quanto amor, ó Jesus, eu te traria em minhas mãos quando, à minha voz, tu descerias do céu... Com quanto amor eu te doaria às almas!” (Ms B 2v) E, no entanto, ela compreendeu também muito bem que eles são “homens frágeis e fracos” (Ms A, 56r). Apesar disso, ela continua a amá-los e reconhece que “eles têm uma extrema necessidade de oração” (Ms A 56r; RP 2,7). Quando em fevereiro de 1895, diante do Santíssimo Sacramento exposto, ela compõe sua grande poesia Viver de Amor, ela acrescenta esta oração: “Viver de amor, é, ó Divino Mestre, suplicar-te que derrames teu Fogo na alma santa e sagrada de teu Padre, para que ele seja mais puro do que um Serafim dos céus!” (PN 17,10). Alguns meses antes, no final de 1894, ela colocava na boca de Jesus estas palavras: “Gostaria que a alma do Padre fosse semelhante a de um Serafim do céu! Gostaria que ele pudesse renascer antes de subir ao altar! Para realizar este milagre, é preciso que, em contínua oração, almas se mantenham junto ao sacrário, imolando-se por mim dia após dia” (RP 2, 14-15). O mesmo refrão, na poesia As Sacristãs do Carmelo (novembro de 1896): “Devemos ajudar os apóstolos por nossas orações, nosso amor. Seus campos de batalha são os nossos, para eles nós lutamos dia após dia” (PN 40,8).


Permitam-me expressar, neste lugar sagrado e nesta circunstância tão solene, um desejo que me nasce do mais profundo do coração e de minha experiência de vida sacerdotal. Desejo propor este pensamento, talvez como um sonho: ver um dia Teresinha do Menino Jesus proclamada Padroeira dos Padres do mundo inteiro, ao lado de São João Maria Vianney, o Santo Cura d’Ars. De um lado, o Padre que viveu radicalmente a caridade pastoral na dedicação total aa seu ministério; do outro lado, a contemplativa que se encontra e se encontrará sempre ao lado de cada padre do mundo, ajudando-o a amar Jesus e a servi-lo nos irmãos.


Amém.

Beatificados: Luís Martin e Zélia Guérin, pais de Sta. Terezinha do Menino Jesus.




Beatos Luís (1823-1894) e Zélia Martin (1831-1877)

Bem-aventurados Luís e Zélia
“O Bom Deus me deu um pai e uma mãe mais dignos do Céu que da terra” Santa Teresinha (Carta de 26.7.1897)
Realizou-se na Basílica de Lisieux, na França, na manhã do dia 19 de outubro de 2008, domingo, entre 12.000 e 15.000 católicos de vários países participaram da cerimônia de beatificação de Louis e Zélie Martin, os pais de Santa Teresa do Menino Jesus. O rito foi presidido pelo bispo de Bayeux-Lisieux, Dom Pierre Pican.
A fórmula de beatificação foi proferida pelo prefeito emérito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins.
BIOGRAFIA:
Ele era relojoeiro; ela rendeira: de origem burguesa, santos por eleição. São eles: Luís Martin (1823-1894) e Zélia Guérin (1831-1877) os pais de Teresa do Menino Jesus. É o segundo casal de esposos depois de Luís e Maria Beltrame Quattrocchi, beatificados em 2001 por João Paulo II que é elevado às honras dos altares.

Ambos eram filhos de militares e foram educados num ambiente disciplinado, severo, muito rigoroso e marcado por um certo jansenismo ainda rastejante na França da época. Os dois receberam uma educação de cunho religioso: nos Irmãos das escolas cristãs, Luís; nas Irmãs da adoração perpétua, Zélia. Ao terminar os estudos, no momento de escolher o próprio futuro, Luís orientou-se para a aprendizagem do ofício de relojoeiro, não obstante o exemplo do pai, conhecido oficial do exército napoleónico. Zélia, inicialmente, ajudava a mãe na administração da loja de família. Depois, especializou-se no “ponto de Alençon” na escola que ensina a tecer rendas. Em poucos anos os seus esforços foram premiados: abriu uma modesta fábrica para a produção de rendas e obteve um discreto sucesso.

Ambos nutrem desde a adolescência o desejo de entrar numa comunidade religiosa. Ele experimentou pedir para ser admitido entre os cónegos regulares de Santo Agostinho do hospício do Grande São Bernardo nos Alpes suíços, mas não foi aceite porque não conhecia o latim. Também ela tenta entrar nas Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, mas compreende que não é a sua estrada.

Durante três anos Luís vive em Paris, hóspede de parentes, para aperfeiçoar a sua formação de relojoeiro. Naquele período foi submetido a muitas solicitações por parte do ambiente parisiense impregnado de impulsos revolucionários. Aproximou-se até de uma associação secreta, mas afastou-se imediatamente. Insatisfeito com o clima que se respirava na capital, transferiu-se para Alençon, onde iniciou a sua actividade, conduzindo até à idade de 32 anos um estilo de vida quase ascético. Entretanto, Zélia, com a receita da sua empresa, manteve toda a família, vendendo rendas para a alta sociedade parisiense. O encontro entre os dois acontece em 1858 na ponte de São Leonardo em Alençon. Ao ver Luís, Zélia percebeu distintamente que ele seria o homem da sua vida.

Após poucos meses de noivado, casam. Conduzem uma vida conjugal no seguimento do Evangelho, ritmada pela missa quotidiana, pela oração pessoal e comunitária, pela confissão frequente, pela participação na vida paroquial. Da sua união nascem nove filhos, quatro dos quais morrem prematuramente. Entre as cinco filhas que sobreviveram, está Teresa, a futura santa, que nasceu em 1873. As recordações da carmelita sobre os seus pais são uma fonte preciosa para compreender a sua santidade. A família Martin educou as suas filhas a tornar-se não só boas cristãs mas também honestas cidadãs. Aos 45 anos Zélia recebe a terrível notícia de que tinha um tumor no seio. Viveu a doença com firme esperança cristã até à morte ocorrida em Agosto de 1877.

Com 54 anos, Luís teve que se ocupar sozinho da família. A primogénita tem 17 anos e a última, Teresa, tem 4 e meio. Então, transferiu-se para Lisieux, onde morava o irmão de Zélia. Deste modo, as filhas receberam os cuidados da tia Celina. Entre os anos de 1882 e 1887 Luís acompanhou as três filhas ao carmelo. O sacrifício maior para ele foi afastar-se de Teresa que entra para as carmelitas com apenas 15 anos. Luís foi atingido por uma enfermidade que o tornou inválido e que o levou à perda das faculdades mentais. Foi internado no sanatório de Caen. Morreu em Julho de 1894.

O MILAGRE: Pietro Schilirò, quinto filho de Valter e Adele Leo nasceu em 25 de maio de 2002 no hospital Saint-Gérard de Monza, na Itália. Da sala de parto foi levado imediatamente para a unidade de tratamento intensivo por uma grave insuficiência respiratória. Foi entubado e conectado a um respirador. Em 3 de junho, os médicos lhe declararam em perigo de morte. Seus pais chamaram o Pe. Antonio Sangalli, carmelita, de Monza, para batizar Pietro com urgência, e assim o fez. Com o consentimento de seus pais, realizou-se uma biopsia no bebê em 6 de junho para propiciar um diagnóstico. Isso implicava um grande risco para o pequeno Pe. Sangalli propôs então a seus pais, que conhecia desde há anos, que rezassem uma novena a Louis e Zélie Martin, e eles aceitaram, pedindo a numerosos parentes e amigos que se unissem a eles. O resultado da biopsia não foi bom. Contudo, os médicos se surpreenderam ao constatar que o menino suportava a ventilação dos pulmões sem sucumbir. O doutor D’Alessio, cirurgião do hospital de Legnano (Milão), declarou que o exame macroscópio se apresentava nas piores condições e que, em sua opinião, o estado de Pietro era desesperador. O doutor Capellini, do hospital de Monza, depois de examinar seu histórico, falou de uma má formação congênita devido a um insuficiente amadurecimento pulmonar. O doutor Zorloni advertiu a família do quadro mortal e que se extrairiam mostras post portem do recém-nascido para os exames futuros. A família e seus amigos começaram uma segunda novena. Em 13 de junho, após a oração do rosário, Pe. Sangalli reiterou o pedido a Louis e Zélie Martin para fazer-lhes conhecer a vontade de Deus e para curar o menino. Em 2 de julho, o respirador foi retirado do bebê e em 27 abandonou o hospital. Tinha 33 dias. Em 14 de setembro, Pietro foi levado à paróquia de Monza para receber os ritos complementares ao batismo em presença de 400 pessoas que deram graças. Muitos médicos aconselharam seus pais que uma comissão da Igreja examinasse o caso de seu filho. De 31 de dezembro de 2002 a 3 de janeiro de 2003, a família Schilirò, com Pietro, de sete meses; o padre Sangalli, que se converteu em vice-postulador da causa dos esposos, e um grupo de peregrinos italianos foram a Lisieux para agradecer. Em 10 de junho de 2003 (após a intervenção de dezenas de testemunhos, entre eles sete médicos), na capela do arcebispado de Milão, o cardeal arcebispo reconheceu a origem milagrosa desta cura. Bento XVI, em uma carta de preparação do VI Encontro Mundial das Famílias, apresentou Marie Zélie Guérin e Louis Martin como “modelos exemplares de vida cristã para as famílias de hoje”.

Primeira festa litúrgica dos pais de Santa Teresinha
LISIEUX, julho de 2009.

O arcebispo de Milão, o cardeal Dionigi Tettamanzi, presidiu, neste domingo, 12 de julho de 2009, em Lisieux, França, a primeira festa litúrgica dos esposos Louis (1823-1894) e Zélie (1831-1877) Martin. O cardeal Tettamanzi foi quem iniciou o processo para examinar a cura inexplicável de um bebê, Pietro Schilirò, de Monza, aprovada pela congregação romana para as causas dos santos para o processo de beatificação. O reitor do santuáio de Lisieux, Dom Bernard Lagoutte, também convidou as famílias a participar desta celebração, com o conselho do pai de Teresa: “Seja feliz”. A missa aconteceu às 10h30 na basílica do Santuário de Lisieux. A data de 12 de julho foi escolhida para celebrar a festa litúrgica dos esposos Martin por ser o aniversário de seu casamento, em Alençon, à meia-noite de 12 de julho de 1858, na igreja de Notre-Dame.

Beato Luis e Zélia Martin, rogem por nós!

Santa Terezinha, rogai por nós!

FONTES: http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints, http://casaiscarmelitas.blogspot.com/

ADOTE UM PADRE



Dom Murilo S.R. Krieger, scj (Arcebispo de Florianópolis)

A vida dos sacerdotes sempre foi exigente. E nem poderia ser diferente, já que são chamados a continuar a missão de Cristo, o Bom Pastor. Em nossos tempos, porém, os desafios se multiplicam e exigem respostas sábias, decisões imediatas e constantes posicionamentos sobre os mais diversos temas. Portanto, quanto mais santo e sábio for o presbítero, mais e melhor servirá a Igreja. Além disso, como a vocação sacerdotal é um dom de Deus não só para aquele que é seu primeiro destinatário, mas para a Igreja inteira, um bem para sua vida e missão, toda a Igreja é chamada a proteger esse dom, a estimá-lo e a amá-lo. Dito isso com palavras do saudoso Papa João Paulo II: “Todos os membros da Igreja, sem exceção, têm a graça e a responsabilidade do cuidado pelas vocações” (PDV, 41). Essa responsabilidade sempre foi cultivada na Igreja. Prova disso é, entre outras coisas, o apelo constante para que todos rezem não só pelo aumento das vocações, mas também para a santificação daqueles que já são padres. Sempre houve na Igreja grupos, comunidades e associações com o propósito principal de rezar pelos sacerdotes.

É nessa linha que se entende a sugestão que agora apresento: ADOTE UM PADRE! Dentre os sacerdotes que você conhece ou que atuam na Igreja, escolha um deles, e passe a rezar diariamente por sua santificação. Ofereça sacrifícios para que ele exerça bem seu ministério. De preferência, nunca lhe fale sobre isso, nem faça comentários a esse respeito com outras pessoas. Os detalhes dessa “adoção” sejam conhecidos somente por você e pelo Bom Pastor. Guarde esse segredo cuidadosamente em seu coração, mas seja fiel a ele, dia por dia. Fazendo isso, você estará respondendo a um apelo da Igreja, que constantemente nos recorda: “Todo o Povo de Deus deve incansavelmente rezar e trabalhar pelas vocações sacerdotais” (PDV, 82). Sua resposta ao apelo de adotar um padre determinado terá uma particularidade: você não estará rezando somente pelo clero em geral, mas por um padre com um nome e um rosto, o que, certamente, motivará ainda mais suas orações, jejuns e sacrifícios. E, tenha certeza:

COM A SANTIFICAÇÃO DE SEU “ADOTADO”, TODO O CLERO SE SANTIFICARÁ. DEUS, ENTÃO, SERÁ MAIS GLORIFICADO. E O POVO DE DEUS, MAIS E MAIS SE ENRIQUEÇERÁ.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

O crucifixo do Haiti



O crucifixo do Haiti
Pe. Francisco Agamenilton Damascena
Vice-reitor do Seminário Diocesano São José
Uruaçu - GO

Acabo de ver a imagem do Crucifixo da Igreja Sacre Coeur du Tugeau, no Haiti, exibida pelo Fantástico, programa da Rede Globo. O templo sagrado desabou e restou aquele Crucifixo, quase intacto, grande, erguido, exposto aos olhares que banham de lágrimas as noites haitianas. As pessoas param em frente a ele, choram e rezam. Esta imagem provoca o ser pensante. Por que foi assim? Por que aquele Crucifixo resistiu ao equivalente a 30 bombas nucleares como a de Hiroshima? E Cristo ficou ali. Parece ser aquela Sexta-Feira Santa, em Jerusalém, no alto do Calvário.

Pus-me a pensar e contemplar a chocante cena. Abri as Sagradas Escrituras e pus-me a ouvir o Senhor. O Filho do Homem permaneceu naquele lugar, representado pela imagem, para dizer aos sofredores haitianos que eles não estão sozinhos. Jesus Cristo está crucificado com eles e eles com Cristo. “Suas dores são minhas dores; suas lágrimas são minhas lágrimas; seu sangue é o meu sangue. Estou na cruz desp ido, como vocês que agora se encontram despidos de tantos bens.” Como disse o Profeta Isaías: “a verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores” (Is 53,4).

Os braços do Filho de Deus permaneceram abertos em Porto Príncipe para acolher o clamor de homens e mulheres transpassados pela lança da destruição, da fome, da sede, da perda de esperanças. O lado aberto do Cordeiro de Deus ficou ali, às margens da rua destruída, para dar descanso e consolo aos que ainda gritam por socorro debaixo dos escombros de uma cidade cujo concreto tombou sobre vidas cheias de sonhos. “Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). O Crucificado resistiu às forças cósmicas para dar refúgio e abrigo aos que vagueiam pelas ruas sem destino.



O Crucifixo do Haiti foi mais forte que o terremoto para manter viva na mente e coração dos que por aquela rua passarem a boa notícia: “prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão” (Jo 15,13). Ali ficou uma imagem sagrada feita de matéria, porém, ao seu lado, ficaram os corpos de homens e mulheres, que viveram até o fim o Mandamento Novo. Eles foram imagens vivas do Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas.



Trata-se da Dra. Zilda Arns e quinze sacerdotes presentes naquela igreja no momento da tragédia. Eles estavam juntos porque queriam amar intensamente as crianças daquela nação que esperavam por vida e vida em abundância. O Crucifixo do Haiti permanece erguido e o Espírito de Deus fala aos corações das pessoas de bem que salvam aquela sofrida gente. “Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; ... Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25, 35-36.40).


O Crucificado ressuscitou e enviou do Pai o Espírito Santo renovando todas as coisas. Ele ficou naquela destruída rua para dizer: “Coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,33). Em meio ao caos da maior tragédia enfrentada pela ONU, há esperança, a luz dissipa as trevas em cada pessoa resgatada com vida, e em cada criança amparada. E o brilho volta a resplandecer nos olhos que agora choram os mortos. É a força criativa e reconstrutora do Amor estampada no Crucificado do Haiti.
Fonte: www.diocesedeuruacu.com.br

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Resumo Estréia 2010

Resumo

Estréia 2010

“Senhor, queremos ver Jesus” A imitação de Padre Rua, como discípulos autênticos e apóstolos apaixonados, levemos o Evangelho aos jovens.

A Estréia de 2010 é um verdadeiro programa espiritual e pastoral, ela nos ajudará a fortificar nossa identidade salesiana, revigorar nossa comunhão de mente e coração, inserir-nos na igreja como “discípulo e apostolo” para a construção do Reino e a transformação do mundo. Sendo assim anunciar o Evangelho aos jovens e leva-los ao encontro pessoal com o Senhor Jesus. Queremos assumir o desafio de ajudar os jovens a “olharem para os outros não mais apenas com os próprios olhos e com os próprios sentimentos, mas segundo a perspectiva de Jesus Cristo”. É verdade, nós somos salesiano e, como tais, realizamos a nossa missão de evangelizar educando e educar evangelizando, elas estão a serviço da construção da pessoa humana para levá-la à plenitude de Cristo. A evangelização por sua vez tem em si mesma um intenso valor educativo, justamente porque buscar a transformação humana da mente e do coração. “Percebemos a evangelização como a principal urgência da nossa missão, conscientes de que os jovens têm o direito de ouvir o anúncio da pessoa de Jesus como fonte de vida e promessa de felicidade no tempo e na eternidade”. O Cenáculo, lugar onde os apóstolos se encontram todos juntos, não é uma morada estável, mas uma base de lançamento. O Espírito os transforma de homens medrosos em ardorosos missionários que, repletos de coragem, levam pelas estradas do mundo o alegre anúncio de Jesus Ressuscitado. Maria foi a primeira evangelizada e se tornou a primeira evangelizadora.A vocação de todos cristão é ser discípulo que acolhe cordialmente a Palavra de Deus e apostolo que a transmite com alegria. Somos chamados a ser evangelizadores. Podemos responder a ordem do Senhor na família, no trabalho, em nossas comunidades, com as ações e as palavras. Evangelizar significa lançar o fermento com uma energia capaz de mudar a mentalidade e o coração das pessoas e, por meio deles, as estruturas sócias, de modo que estejam mais de acordo com o plano de Deus. “Só o ministro do Evangelho - leigo ou consagrado - que tenha em seu coração o Evangelho feito objeto de contemplação e motivo de oração conseguirá mantê-lo nos lábios como tesouro sobre qual falar e a terá nas mãos como dever ineludível a comunicar”. O discípulo acompanha Jesus para facilitar o encontro com Ele daqueles que querem ver. E assim que o discípulo de Jesus se faz também apóstolos: Jesus precisa de discípulo, companheiro de vida e de missão, para o discípulo de Jesus converte-se em apóstolo dele. Discernir o verdadeiro desejo de “ver Jesus” entre tantas aspirações da juventude de hoje é, para nós, membros da Família Salesiana, o motivo senão o único ao menos o fundamental para ser verdadeiros apóstolos de Cristo. Se nós não o fizermos, quem apresentará a Jesus as sonhos e a as carências de jovens? Quem fará ver Jesus aos jovens? Os membros da Família Salesiana são chamados a escutar o anseio dos jovens de encontrar Jesus e, ao mesmo tempo, ler a situação juvenil de modo a evidenciar o desejo dos jovens de se aproximarem de Jesus. Esse é o nosso de ajudar Jesus a salvar os jovens hoje. E é assim que nós nos fazemos seus verdadeiros companheiros e apóstolos. Para fazer os jovens verem Jesus, é preciso conhecê-lo, viver com ele, se um dos seus. Ou, com outras palavras, não se pode ser testemunha e apóstolo de Jesus, se não se for antes discípulo. Apóstolo, de fato, não é quem o quer, mas quem é chamado. Deparar-se com Jesus não significa, imediatamente, encontra-lo. Ter-se “deparado” com Jesus, numa experiência religiosa densa que suscita grande alegria e entusiasmo, nem sempre leva á fé, ao encontro autêntico com o Senhor porque, como na parábola da semente (cf. Mc 4), o terreno no qual ele cai não está preparado. Se quisermos evangelizar hoje, além de dar prioridade ás urgências da evangelização, devemos renovar a pastoral. O testemunho é elemento fundamental da ação pastoral. A evangelização também exige que se dê atenção aos diversos contextos. Deve-se reserva uma atenção particular á família, sujeito originário da educação e primeiro espaço de evangelização. Somos enviados por Jesus a realizar seu mesmo ministério e sua mesma obra, mas com o rosto sorridente de Dom Bosco e a determinação do padre Rua. Ele foi discípulos e apóstolos de Jesus nos passos de Dom Bosco, do qual ele foi o primeiro sucessor, foi fidelíssimo, por mais humilde que e, ao mesmo tempo, o mais valoroso filho de Dom Bosco. “Sucessor de Dom Bosco, isto é, continuador: filho, discípulo, imitador... Fez do exemplo do Santo uma escola, da sua vida uma história, da sua regra um espírito, da sua santidade um tipo, um modelo; fez da fonte, uma corrente, um rio”. Miguel estendera a mão a Dom Bosco para receber uma medalhinha. Em vez da medalha, Dom Bosco oferecera-lhe a mão esquerda, enquanto com a direita fazia o gesto de cortá-la ao meio, “Nós dois faremos tudo meio a meio”. Começou assim aquele formidável trabalho conjunto entre Mestre santo e o discípulo que fazia meio a meio com ele, tudo e sempre. A Família Salesiana teve sua origem em Dom Bosco; no padre Rua, a sua continuidade. Sua fidelidade a Dom Bosco não é estática, mas dinâmica. Ele percebe realmente o fluir do tempo e das necessidades da juventude e, sem temor, expande a obra salesiana. Eis agora alguns passos úteis a dar, de modo que os grupos da Família Salesiana se empenhem em levar o Evangelho aos Jovens. Suscitar a colaboração da Família Salesiana em nível inspetoria e local, para realizar a missão juvenil, envolvendo os próprios jovens como evangelizadores dos jovens. Valorizar as Exortações Apostólicas à conclusão dos Sínodos continentais. No caso da América Latina, aderir à “Missão continental“ programada pela Assembléia dos Bispos realizada em Aparecida. O Padre Pascual Chaves, concluiu a estréia com uma narração de um comentário feito pelo padre Joseph Grunner, Inspetor da Alemanha, ao quadro de “Dom Bosco manejador de marionetes”, pintado pelo artista-sacerdote Sieger Koeder. O quadro mostra um Dom Bosco evangelizador, sinal de amor de Deus aos jovens; educador rico de idéias; um catequista apaixonado; um pai misericordioso com seus jovens. Sendo anunciador do evangelho no mundo, onde é testemunho que convida. Como discípulos enamorados de Jesus e testemunhas e apóstolos convictos e alegres, levemos o evangelho aos jovens.
Natal,fevereiro de 2010
José Renato da Silva

Mensagem do Reitor-Mor aos Jovens

“QUEREMOS VER JESUS”
Mensagem do Reitor-Mor
ao Movimento Juvenil Salesiano
(Articulação da Juventude Salesiana)
No centenário da morte do padre Miguel Rua
Roma, 31 de janeiro de 2010

Caríssimos Jovens,
aqui estou, fiel ao nosso encontro, por ocasião da festa de Dom Bosco, "pai e amigo dos jovens". O nosso encontro deste ano, que lamento seja apenas virtual, embora não menos verdadeiro e autêntico, coincide com o início do centenário da morte do padre Rua, primeiro sucessor de Dom Bosco e, sem dúvida, o seu discípulo mais fiel e mais bem sucedido.
Esta é, de fato, uma das principais motivações para a escolha do tema da Estreia, oferecida a toda a Família Salesiana para 2010: "À imitação do Padre Rua, como discípulos autênticos e apóstolos apaixonados, levemos o Evangelho aos jovens".
Pois bem, quero ser o primeiro a acolher o programa espiritual e pastoral da Estreia e, por meio desta mensagem, à maneira de diálogo entre nós, oferecer-lhes o evangelho com o desejo de fazê-los ver Jesus, para que também vocês possam ser seus discípulos, testemunhas e apóstolos.
Quando nos encontramos, percebo, com frequência, o grande desejo que vocês têm de encontrar o Senhor. Talvez não consigam exprimir esse desejo com clareza, mas, em todo caso, percebo esse mais profundo anseio, que mora no coração de vocês. Tomo-os, então, pela mão e levo-os ao meu Mestre, ao meu Senhor e meu Deus.

"Padre Pascual, queremos ver Jesus!"
Se o querem, realmente, devem ter bons pés e ouvidos atentos. Porque Jesus caminha. E nunca se detém! Para encontrá-lo, devem ouvir o canto dos grãos de areia levantados pelos seus pés. Tudo se torna novo à sua mensagem, e a sua passagem não tem fim.
Ele está sempre um passo à frente, e a sua palavra é como ele: está sempre em movimento, ilimitado no ato de dar tudo, de dar a conhecer tudo de si mesmo. Passaram-se dois mil anos, mas parece que faz pouco tempo que ele passou. A história ainda estremece pela sua passagem, como depois da explosão de uma bomba. E o mundo não é mais o de antes. Ninguém jamais falou de Deus como este homem, ninguém nos amou como ele, ninguém se entregou totalmente como ele, até aniquilar-se. Ninguém como ele deu ordens ao vento e ao mar, aos espíritos maus que atormentam e destroem no homem a melhor parte da sua humanidade; ninguém como ele derrotou a morte e venceu o pecado. Ele é diferente de todos os outros.
Por isso, muitos o odeiam como são odiados os que não se acomodam ao pensamento dominante.
"Eu não tenho onde dormir quando desce a noite. Não tenho um esconderijo se alguém me persegue. As raposas têm suas tocas, os pássaros, o seu ninho; eu vivo sem proteção, entre perigos e ameaças. Quem anseia caminhar segundo os métodos usuais, não encontra em mim o que procura".
Àqueles a quem encontra, ele diz: "Chegou a hora de mudar!".
"Deus está aqui entre vocês, e nada e ninguém mais poderá detê-lo".

"Ele é aquele a quem procuramos. Vá, leve-lhe o nosso pedido"
Não é preciso. Ele sabe o que vocês querem. Às margens do lago, o povo o rodeia e lhe pergunta: "Qual é a sua mensagem?". Jesus contempla os pescadores que estão a lançar suas redes. A resposta é muito diferente de quanto poderíamos esperar. Não faz um comício nem uma conferência, mas diz: "Venham! Por que continuam a pescar? Salvem aqueles que estão a se afogar, homens e mulheres, com a água no pescoço! Preciso de vocês! Quero fazer de vocês, pescadores de homens".
Deixam as redes, a barca, os pais, mulheres e filhos. Vão com ele. "Querem saber realmente quem sou eu? Caminhem comigo e terão a resposta!" diz Jesus. É preciso coragem para remar contra a corrente. É desagradável deixar a tranquilidade preguiçosa dos dias sempre iguais e iniciar uma nova caminhada.
Certo dia, um jovem como vocês vai à procura de Jesus e pergunta-lhe: "Mestre, o que devo fazer para ser como Deus me quer? Conte-me o segredo da felicidade!".
Jesus responde: "Você conhece os mandamentos de Deus: Não matar. Não cometer adultério. Não roubar. Não jurar em falso. Honre seu pai e sua mãe".
"Mestre – replicou o jovem – tudo isso eu tenho respeitado rigorosamente desde a minha mais tenra infância". Jesus olha-o com amor e diz: "Só lhe falta uma coisa para chegar à meta: vá até sua casa, venda todos os seus bens e dê o que lucrar aos pobres. Depois, venha e siga-me". O jovem, porém, ficou triste e foi embora.
Seguir Jesus não significa tomar "uma" decisão. Significa tomar "a" decisão. Significa arriscar tudo tendo apenas uma cartada em vista. Significa assumir como própria a decisão tomada por ele a nosso respeito: "Garanto-lhes que não há amor maior do que este: dar a vida pelos amigos".
E para deixar tudo muito claro, tudo muito concreto, Jesus dá sua explicação com duas parábolas: "O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido no campo; um homem encontra-o e esconde-o; vai depois, cheio de alegria, vende todos os seus bens e compra aquele campo. O reino dos céus é também semelhante a um mercador que procura pérolas preciosas; quando encontra uma pérola de grande valor, vai, vende todos os seus bens e a compra".
Jesus chega ao paradoxo: em outra parábola, ele elogia um administrador infiel e desonesto, culpado de falsidade em ato público, fraude, apropriação indébita e corrupção. Só para fazer notar que aquele homem é previdente: esforça-se para garantir o próprio futuro. É desonesto, mas segue com coerência uma linha muito reta: mira sem escrúpulos ao próprio proveito.
Caros jovens, Amigos meus e de Dom Bosco, vocês não podem viver sem saber o que realmente tem valor, sem saber qual é o sentido da vida. Porque a vida é tudo o que vocês têm.
A única cartada segura que vocês podem ter em vista, arriscando tudo, é justamente Ele, Jesus.

"Padre Pascual, o Reino de Deus não é para nós. É algo muito elevado e difícil"
Se Jesus o ama e o chama, você pode levantar-se, pode caminhar! Pode mudar de direção, iniciar um novo caminho. Basta saber que é amado por Ele, sentir-se amado e querer ser amado. Basta mudar os seus hábitos, repensar as suas convicções. Assim fizeram os primeiros discípulos: chamados um a um pelo nome, eles o seguiram sem demora.
Há na vida de todo homem um dia, uma hora que deixa uma lembrança inesquecível. É o momento em que acontece alguma coisa de novo, é o momento em que a vida muda radicalmente. "Era por volta das quatro horas da tarde", recorda João, quando encontraram Jesus.
Deus – e a Escritura nos dá muitos testemunhos disso – faz suas escolhas sem olhar para bens, dotes ou qualidade pessoais; antes, paradoxalmente, ele escolhe muitas vezes os mais fracos, os pobres, os ignorantes do mundo. Às vezes, ele chama de modo impetuoso, quase violento: é o caso de Paulo, lançado à terra na estrada de Damasco. Com frequência, porém, ele o faz de forma simples e persuasiva.
Na maioria das vezes, quando Deus quer chamar alguém, ele se serve da mediação humana: o Batista para André e João, André para o seu irmão Simão, Filipe para Natanael. Foi assim naquele tempo...! E hoje? Hoje, ele se serve de mim para chamar Você! Convido-o, pois, a conhecê-lo!
É verdade: não foi fácil para os discípulos entender a "lógica" do Mestre, mas afinal tomaram consciência de que fora dele não haveriam de encontrar palavras capazes de iluminá-los e dar forças para chegarem à plenitude de vida que Jesus lhes indicara.
E não só eles. Zaqueu, um publicano, isto é, coletor de impostos, era um exator que recebia as taxas para os romanos. Aos olhos do povo, um "colaboracionista", um traidor, desprezado e odiado pelos judeus "verdadeiros". Pois bem, esse Zaqueu, traidor e desonesto, ouve dizer que Jesus está a entrar em Jericó. Tinha ouvido falar desse homem. Sente em seu interior uma forte atração: gostaria de conhecer ou, ao menos, ver Jesus. Deixa a banca dos impostos e corre para onde a multidão se aglomera ao redor do Mestre. Há muita gente e ele, pequeno de estatura, mesmo saltando, não consegue ver realmente nada. Corre, então, mais à frente e sobe numa árvore. O rico, poderoso e certamente odiado Zaqueu, vai empoleirar-se entre os ramos de um sicômoro. Seu grande desejo fez com que deixasse a dignidade de lado e se tornasse ridículo aos olhos do povo. Todos riem dele; também Jesus deve ter sorrido, mas depois, perscrutando a fundo o seu coração, diz-lhe: "Zaqueu, desça daí, porque hoje devo ficar em sua casa". Zaqueu desce e corre para casa.
As autoridades religiosas de Jericó e os judeus tradicionalistas ficam aborrecidos, furiosos e ofendidos. Todos murmuram e dizem: "Foi à casa de um pecador!". Estão chocados e têm a impressão de nada entender. O mundo está revirado: o Messias na casa de pecadores!
Jesus, porém, sempre age assim. Revira o nosso mundo egoísta e hipócrita, embaralha tudo e não se importa com a ordem constituída. Revolve os valores estabelecidos, para pôr em seu lugar uma ordem social inteiramente nova.
Jesus está na casa de Zaqueu e não lhe pede para deixar a mulher, ou vender a casa, ou distribuir os bens aos pobres e segui-lo. Só diz: "Hoje devo ficar com você".
Os chamados de Jesus são de dois tipos. Ao jovem rico, ele diz: "Volte à sua casa, venda todos os seus bens e siga-me. Não leve bagagem, ela de nada lhe servirá, eu pensarei em você. Eu serei o seu Bem". A Zaqueu, porém, diz: "Hoje devo ficar com você". Este chamado não é mais fácil do que o primeiro. De fato, transforma todo o modo de ser e viver de Zaqueu.
Quando Jesus diz querer viver conosco, e nós o recebemos em nossa casa, então muitas coisas mudam em nós e o nosso modo de viver se revoluciona. Quando acolhemos Jesus em nossa vida, Ele nos livra de tudo que não seja Deus.
Só uma coisa importa: acolhê-lo! Por isso, é preciso estar preparado e vigilante: no momento em que recebe o seu chamado, você tem a possibilidade de ser uma pessoa livre, capaz de dispor de si mesmo para pôr a sua vida a serviço dele e dos outros.

"Acredita mesmo que Deus precisa de nós?"
Inicialmente, Jesus quis alguns homens ao seu redor: doze amigos, uma comunidade, um povo. Depois, faz muito mais: apresenta-se a si mesmo e a Igreja como uma videira: "Eu sou a videira verdadeira. Permaneçam unidos a mim, e eu ficarei unido a vocês. Como o ramo não pode dar fruto sozinho, separado da videira, vocês também não podem dar fruto se não permanecerem unidos a mim. Eu sou a videira. Vocês são os ramos. Se alguém permanece unido a mim e eu a ele, produz muito fruto; sem mim, vocês nada podem fazer".
Nele e em seus amigos corre o mesmo sangue. "Eu e vocês somos uma coisa só", afirma. "Este é o sinal para nos reconhecermos: chama-se Eucaristia. Somos o mesmo corpo. Em nós corre o mesmo sangue. Ora, vocês são as minhas mãos, os meus pés e o meu coração".
Depois de o terem crucificado, seus inimigos pensavam: nós o eliminamos! Pusemos, de uma vez por todas, uma pedra sobre Jesus de Nazaré. Entretanto, não se pode impedir de o sol nascer. Não é possível impedir de ser Vida aquele que é a fonte da Vida. Nada é mais vivo do que Deus. E naquela última noite, na Eucaristia, Jesus diz: "Agora, vocês e eu somos uma coisa só!" Jesus está vivo em nós!
Caros Jovens, vocês poderão ser gênios, organizadores, inventores, gente famosa, homens e mulheres de sucesso... Tudo isso, porém, não é nada diante da possibilidade de ser um instrumento nas mãos de Deus.
Vocês não podem ter uma vida estéril, que envelhece um pouco a cada dia. Mas podem encher-se de frutos. É a responsabilidade de vocês: "Meu Pai é o agricultor – explica Jesus – Todo ramo que está em mim e não dá fruto, ele o corta e joga fora, e os ramos que dão fruto, ele limpa de tudo que possa impedir de dar frutos abundantes. Vocês já estão livres graças à Palavra que lhes anunciei".
Vocês podem ser a boca pela qual Deus continua a falar aos seres humanos, instrumentos para anunciar a verdadeira liberdade. Podem ser os olhos que sabem ver na escuridão do mundo para depois indicar aos outros a presença de Deus e o seu Reino. Podem ser os ouvidos que, entre os rumores e as músicas dos iPod, conseguem ouvir o que não parece mais audível: a voz de quem chora, de quem pede ajuda, de quem implora por respeito e dignidade, de quem pede justiça e pão. Podem ser as mãos e os pés que vão ao encontro das pessoas para aliviá-las e pô-las novamente em pé no nome de Jesus. Vocês descobrirão, então, que receberam muito mais de quanto conseguiram dar.
Esse é o segredo da felicidade. "A felicidade está do outro lado, do lado que vocês nem sequer imaginam, diz Jesus. A felicidade só se constroi com Deus".
Isso já fora anunciado por uma jovem judia de Nazaré, a sua mãe, antes que ele nascesse: "Cantarei a mais bela canção para o meu Deus, porque Ele é poderoso. Fez em mim coisas grandiosas, o seu nome é santo. Sua misericórdia permanece para sempre com aqueles que o servem. Ele comprovou o seu poder, destruiu os soberbos com seus projetos. Derrubou os poderosos do trono, elevou os oprimidos da terra. Encheu de bens os pobres, mandou embora os ricos, com as mãos vazias".
Deus está do lado dos vencidos, dos pobres, dos atormentados, dos puros e dos pacíficos. "Os pobres são felizes, alegres, bem-aventurados, em paz, em harmonia consigo mesmos, com o mundo e com Deus, porque têm as mãos e o coração abertos para acolherem os dons de Deus e têm confiança na sua força. Bem-aventurados aqueles que têm o coração puro, que não conhecem o egoísmo, que não giram ao redor de si mesmos, mas olham para Deus. Bem-aventurados aqueles que constroem a paz e lutam pela justiça".
"Vocês são o sal da terra e podem impedir, então, que o mundo se corrompa. Vocês devem ser tochas acesas porque ainda há muita escuridão no mundo. Não lhes é pedido para só levarem uma lâmpada. Vocês devem ser a luz! Vocês devem ser o fogo e, para iluminar, devem consumir-se a si mesmos, como um tronco que arde".
Bem-aventurados são vocês se decidirem caminhar com Jesus, se aceitarem o risco de transformar em luz os próprios sonhos; mas serão felizes, sobretudo, se permanecerem nele e não simplesmente com Ele. Livres para produzir frutos, isto é, obras visíveis de amor concreto, feito de verdade, dedicação, sacrifício total da vida, se for necessário.
Na última noite, Jesus levantou-se, tirou o manto e amarrou uma toalha à cintura. Depois, derramou água numa bacia e pôs-se a lavar os pés aos discípulos e enxugá-los com a toalha. Como faziam os escravos. Logo em seguida disse: "Aquilo que eu fiz, façam vocês também uns aos outros".
Formem um povo de pessoas que se amam, para que, vendo-os, os outros comecem a crer em Deus.
Nós somos um povo novo. Nós somos a Família de Deus, nós somos a verdadeira videira tratada com amor pelo Pai. Recebemos a linfa do Espírito de Jesus e somos os ramos que produzem fruto... Nós nos chamamos Bento de Nórcia, Francisco de Assis, Domingos de Gusmão, Inácio de Loiola, Teresa de Jesus, Francisco de Sales, Dom Bosco, Madre Mazzarello, Padre Rua, Domingos Sávio, Laura Vicuña, Dom Versiglia, Calisto Caravário, José Calasanz, José Kowalski, Zeferino Namuncurá, Jovens Mártires do Oratório de Poznań, Piergiorgio Frassati, Madre Teresa de Calcutá, Damião de Veuster, José Quadrio, Nino Baglieri... Nós… somos muitos. Uma Família que acolhe todos os dias a Palavra. Uma videira que oferece todos os dias os frutos do espírito.
Caminhem, então, de cabeça erguida. Vocês têm a vida nas mãos. Vocês têm plena consciência de vocês mesmos. Fiquem em pé, mesmo sozinhos, mesmo diante de uma multidão. Abaixem-se apenas perante Deus e para levantar aqueles que caíram. Amem a Deus de todo o coração e as pessoas que vivem junto de vocês como a si mesmos.
Jesus conclui o discurso na montanha com estas palavras. "Quem põe em prática o que eu digo é uma pessoa prudente: construiu sua casa sobre a rocha. Quando veio um furacão e os rios transbordaram e a tempestade abateu-se sobre a casa, ela permaneceu intacta, pois suas fundações foram feitas na rocha".
"Quem, porém, ouve as minhas palavras e não as põe em prática, é um tolo como aquele que construiu sua casa na areia. Quando veio a chuva e os rios transbordaram e a tempestade enfureceu-se sobre a casa, ela se partiu e acabou em pedaços".
Preocupem-se com vocês mesmos: construam a própria vida sobre a rocha, caso contrário, acabarão aos pedaços.

"Padre Pascual, Jesus pretende isso tudo de nós?"
Servir a Deus é muito simples. Deus não é um tirano. Deus fala com vocês como pai e amigo.
"Não foram vocês que me escolheram por amigo; fui eu que os escolhi e os fiz meus amigos. Assim, o trabalho de vocês crescerá e produzirá frutos que haverão de durar para a eternidade. Se seguirem o caminho indicado por mim – diz Jesus – vocês verão que é belo pertencer a Deus e o fardo que a fé lhes pede para carregar não é pesado".
É preciso retomar o fôlego, levantar-se, sentir-se gente livre. A minha mensagem é um convite à festa. A vida de vocês é feita para a festa, e todos nós estamos caminhando para uma festa. O futuro é uma mesa cheia de alegria entre amigos, e Deus fará a festa conosco.
Jesus diz que a sua palavra é semeada dentro de vocês, como num campo, mas o coração humano é um terreno árido e complicado, marcado pela dureza e sufocado por matagais cheios de espinho.
Contudo, o campo são vocês. Se começarem a dar ouvidos à Palavra, poderão encontrar algo de precioso.
Poderão encontrar, antes de tudo, a vocês mesmos. E encontrarão a Deus dentro de vocês. "Não tenham medo, contudo nada poderão fazer sem ele. E ele precisa de vocês".
Ele nos conhece muito bem, precisamente como somos. Conhece o mundo singular de trevas e de luz que vive dentro de nós. Conhece melhor do que nós a misteriosa mistura de que somos feitos.
Ele sabe do que somos capazes. Os outros podem se desiludir, porque tiveram sonhos a nosso respeito e nos projetam em seu ideal. Deus, porém, jamais se desilude. Porque eu sou aquele a quem Ele ama, como sou hoje...!
Deus não vive no futuro, nem no passado, mas no presente. Ele é o presente e me vê na minha realidade atual.
Também os amigos de Jesus pensavam que fosse preciso ser grandes e poderosos para construir o Reino de Deus; ele, entretanto, disse: "Para serem úteis a Deus, vocês devem ser pequenos, como uma criança".
A criança é um ser que ainda tem o próprio futuro diante de si. A criança é feita de sonhos e de confiança.
Caminhem íntegros, de cabeça erguida. Vocês têm um futuro à frente e vale a pena ir ao encontro dele. As crianças são frágeis: o que mais lhes falta é, sobretudo, a força. Entretanto, elas têm confiança. E quando tudo vai bem, sabem que são amadas.
Vocês têm diante de si o futuro. Vocês têm uma palavra a dizer em suas vidas e com as suas vidas. Uma palavra de consolação, uma palavra libertadora, uma palavra de esperança, aberta ao futuro. Tenham a coragem de pronunciá-la. Tenham a coragem de ser o que são e sejam-no integralmente: pessoas autênticas, livres, com uma vocação.
Não tenham medo! Vamos com coragem para a outra margem.
O oceano de perigos e ameaças é realmente muito grande e a nossa barca é pequena e frágil. Em nossa barca, porém, levamos Jesus, o Filho de Deus. Quem nos pode causar medo?
Caros jovens, eu lhes quero bem e ouço o pedido de fazê-los conhecer a Jesus. Eu os fiz vê-lo e os levei até ele. Desejo agora que possam confessar como os discípulos do Batista: "Nós encontramos o Cristo", e esforcem-se para levar outros até Jesus.
Concluo deixando-os com uma oração do Cardeal Newman. Apropriem-se dela e traduzam-na em programa de vida.
NAS TUAS MÃOS
Coloco-me, Senhor, em tuas mãos, inteiramente.
Tu me criaste para ti.
Já não quero pensar em mim,
mas só em seguir-te.
O que queres que eu faça?
Permite-me caminhar contigo,
acompanhar-te sempre,
na alegria e na dor.
Entrego-te desejos, prazeres,
fragilidades, projetos, pensamentos
que me retêm longe de ti
e me dobram continuamente sobre mim.
Faz de mim o que quiseres!
Não discuto o preço.
Não procuro saber antecipadamente
os teus planos sobre mim,
quero o que tu queres para mim.
Não digo: "Eu te seguirei aonde quer que vás!",
porque sou frágil.
Entrego-me a ti, porém, para que tu me conduzas.
Quero seguir-te na escuridão,
só te peço a força necessária.
Senhor, faz com que leve tudo para diante de ti,
e busque o que te agrada
em todas as minhas decisões
e a tua bênção sobre todas as minhas ações.
Assim como a meridiana só indica as horas
com o sol,
assim também eu quero ser orientado por ti:
tu queres guiar-me e servir-te de mim.
Assim seja, Senhor Jesus!
(card. J. H. Newman )
Com afeto e grande estima.
Roma, 31 de janeiro de 2010.
P. Pascual Chávez V., SDB
Reitor-Mor